Evento iniciou na quinta-feira (30/05) e segue até sábado (01/06), em Porto Alegre
As arboviroses, doenças causadas pelos chamados arbovírus, que incluem o vírus da dengue, zika vírus e febre chikungunya, foram destaque na abertura da 41ª edição do Simpósio sobre Dermatologia Tropical, o DERMATROP, que acontece no Hotel Deville Prime, em Porto Alegre (RS). O evento foi organizado pelo Departamento de Doenças Infecciosas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com apoio da regional RS da Sociedade, a SBDRS. O encontro reúne médicos dermatologistas e médicos de outras áreas para debater o diagnóstico e tratamento das chamadas doenças tropicais.
– É um momento importante para debatermos essas doenças e ficamos muito satisfeitos com a escolha do Rio Grande do Sul para sediar este evento. Além da dengue, já temos casos de zika e sabemos que outras enfermidades chegarão com mais força – afirmou o secretário geral da SBD-RS e coordenador local do 41o Curso Nacional de Dermatologia Tropical, André Costa Beber.
Na conferência de abertura, “Dengue, Zica, Chikungunya: o que o dermatologista deve saber”, a médica dermatologista, Claudia Elise Ferraz Silva (PE), uma das maiores autoridades nacionais no assunto, chamou a atenção para a tendência de disseminação em todo o país dessas enfermidades.
– Em 2016 vivemos o ápice da epidemia, mas mesmo que tenham reduzido o número de casos de lá para cá, não é algo que nos permita ficarmos tranquilos. A tendência é que haja disseminação em todo o país, uma vez que as pessoas cada vez mais deslocam-se com facilidade de uma região para outra. Então, temos que estar alertas às manifestações cutâneas que são fundamentais no diagnóstico das doenças – afirmou.
Na dengue, as manifestações cutâneas em pacientes infectados aparecem no que é chamado de rash, aparecimento de manchas ou pápulas (quando as lesões são elevadas) na pele. A médica reforçou que em média ela aparece no 3o ou 4o dia, quando já estão presentes outros sintomas, como febre e dor de cabeça. No caso da Zika, por exemplo, as lesões de pele são mais precoces e frequentes, chegando a 91% dos pacientes. Na Chikungunya, também é comum ocorrer manchas hiperpigmentadas, além do rash, de acordo com a especialista.
– O que sabemos é que não podemos relaxar quando pensamos nessas epidemias porque elas contam com ciclos que se renovam. Esse ano a Dengue aumentou de forma substancial. O Brasil é muito grande e esses fenômenos não são uniformes podendo variar de acordo com a região do país – completou.
A programação contou com um segundo painel sobre doenças sexualmente transmissíveis. O tema foi abordado pelos médicos Antonio Carlos Gerbase (RS) , Heitor de Sá Gonçalves (CE), Walter Belda Junior (SP) e André Avelino Costa Beber (RS). A sequência de aulas trouxe ensinamentos sobre abordagem sindrômicas das DSTs, Sífilis, HPV e Herpes.
O dia foi finalizado pela conferência sobre AIDS e Dermatologia Tropical, proferida pelo Dr. Sinésio Talhari, mostrando que a incidência de infecção pelo HIV vem aumentando progressivamente no mundo todo.
Na sexta-feira (31/05) a grade reserva espaço para o debate de hanseníase, dermatoviroses, microbacterioses, AIDS e casos clínicos. O encerramento, no sábado (01/06), conta com atividades relacionadas a micoses, dermatozoonoses e vacinas. A programação completa pode ser conferida no site sbdrs.org.br.