Tema foi tratado na live “HORA D: o Dermato tá ON” promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS
O antigo ditado segue válido. Ainda mais quando o assunto é queda de cabelo. A preocupação vem sendo cada vez mais observada pelos médicos dermatologistas em seus consultórios, diante da preocupação de homens e mulheres cuidarem muito bem dos fios para evitar que o processo de queda seja acelerado. O tema foi tratado em mais uma edição das lives HORA D: o Dermato tá ON, uma iniciativa da SBD-RS voltada para a população destacando temas de interesse geral nas áreas da especialidade. A conversa contou com a participação dos dermatologistas Dra. Daniela Gobbato e Dr. Leandro Damiani.
Um dos conceitos importantes é entender que existe uma queda normal e uma queda anormal dos fios. Muitos mitos, também precisam ser desfeitos e um deles é o de que lavar menos o cabelo ajudaria a prevenir a queda dos fios.
“O fato de eu lavar menos, não vai reduzir uma queda de cabelo. Entendemos que o paciente faça esse raciocínio, mas ele é incorreto. Existe uma queda normal que ocorre diariamente e o fato de lavar menos dá a sensação de cair mais tarde, ou seja, em um período posterior. Então, na verdade há um acúmulo de fios que não caem na hora mas depois acabam caindo juntos”, explicou Leandro Damiani.
Outra dúvida frequente é o ato de dormir com o cabelo molhado.
“Sabemos que existe em nosso couro cabeludo alguns fungos que convivem de forma normal. Se eles encontram um ambiente úmido e quente conseguem se proliferar. Isso aumenta a descamação e irritação, podendo, sim, aumentar a queda de cabelo. Por isso é importante deixar o cabelo secar antes de deitar ou de fazer um rabo de cavalo, por exemplo”, completou.
O médico também lembrou que o uso contínuo de boné não faz bem para os fios.
Implantes capilares
Outro tópico abordado durante a conversa foram os implantes capilares. O médico Leandro Damiani destacou que o processo é estético, ajuda a diminuir a falha aparente. Porém, não cura. A calvície tem origem genética e precisa ser tratada adequadamente.
“Apesar de saber que o fio transplantado não cai, o paciente precisa tratar os fios que já estão no couro cabeludo sob risco de ficarem apenas os fios que foram implantados. A longo prazo o tratamento precisa ser continuado”, disse.
O cabelo branco também tem origem genética e estamos predestinados a tê-los. Teorias mostram uma antecipação de fios brancos estão relacionadas a um aumento de situações como o estresse.
Shampoos
A outra dúvida recorrente é em relação ao uso de produtos específicos para evitar a queda dos fios.
“o shampoo antiqueda é algo que não existe. O produto não tem essa capacidade de penetrar pela raiz e atuar na queda. Costumo dizer que o produto é mais para tratar o psicológico do que a situação clínica em si”, explicou a médica dermatologista, Daniela Gobbato.
COVID-19
A pandemia, por si só, trouxe modificações significativas na vida das pessoas que acabam resultando em estresse e consequente queda de cabelo. Além disso, estudos mostram já que tanto paciente sintomático como assintomático pelo coronavírus podem apresentar algum nível de queda de cabelos.
“Temos percebido que em estudos da literatura a queda é mais intensa e se manifesta até mesmo antes do período habitual de três meses após o quadro de COVID. Por ser uma queda mais significa julgamos que é importante que seja feita uma avaliação até para observar outras doenças que podem estar relacionadas”, afirmou Leandro Damiani.