Dermatologistas gaúchos orientam população sobre riscos e recomendam alternativas seguras
A Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção do Rio Grande do Sul (SBD‑RS) faz um alerta à população a respeito do uso irregular do formaldeído (formol) e do ácido glioxílico em alisantes capilares. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe o uso dessas substâncias como agentes alisantes, devido ao alto risco à saúde. O formol é permitido em cosméticos apenas como conservante, em concentrações de até 0,2%, e como endurecedor de unhas, em até 5%.
A médica associada da SBD‑RS, Dra. Fernanda Lagares Xavier Peres, alerta que o uso dessas substâncias em alisantes configura infração sanitária grave:
“A aplicação de formol ou de ácido glioxílico como alisantes capilares é proibida no Brasil, sendo considerada uma infração sanitária grave. Essas substâncias podem comprometer seriamente a saúde capilar, provocando danos aos fios, descamação do couro cabeludo e queda de cabelo. Também estão associadas a irritações na pele e nos olhos, queimaduras, reações alérgicas, distúrbios respiratórios e, em casos mais graves, risco de morte.”.
A especialista enfatiza que o formol é reconhecido como substância cancerígena para humanos, conforme informado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). A SBD-RS recomenda o uso de produtos devidamente registrados na Anvisa, formulados apenas com ingredientes permitidos.
Como alternativa, existem ativos alisantes permitidos, que podem ser utilizados dentro das concentrações e faixas de pH regulamentadas. As substâncias atualmente liberadas são:
• Ácido tioglicólico e seus sais
• Ésteres do ácido tioglicólico
• Hidróxidos de sódio, potássio, lítio ou cálcio
• Sulfitos e bissulfitos inorgânicos
• Pirogalol
• Ácido tiolático
Confira aqui a relação completa
Orientações para os médicos
A SBD-RS orienta os dermatologistas a adotarem uma postura preventiva e educativa diante de pacientes que buscam alisamentos capilares com produtos não regularizados. É essencial educar sobre os riscos à saúde e incentivar a identificação de produtos seguros e regulamentados. Também é importante alertar que o uso de formol e seus derivados pode estar mascarado por nomes comerciais enganosos, como: escova inteligente, mágica, marroquina, egípcia, de chocolate, botox capilar, selagem, entre outros. É necessário desconfiar de produtos sem rótulo ou que tragam promessas milagrosas (“progressiva sem química”, “sem formol”), pois pode haver omissão da presença de substâncias proibidas nas fórmulas.
Outras medidas para identificar produtos inseguros:
• Verificar se o produto tem registro ativo na Anvisa;
• Conferir o rótulo antes da compra ou aplicação;
• Observar a validade, modo de uso, indicação profissional, advertências e restrições;
• Ficar atento a odor forte característico, que pode indicar a presença de formol ou alteração na fórmula;
• Notificar reações adversas ou produtos suspeitos pelo sistema e‑Notivisa, disponível no site da Anvisa.
Consulta de alisantes registrados na Anvisa – Clique aqui