Empresas e funcionários devem observar rotinas de segurança que incluem acessórios de proteção para a pele
A prevenção de acidentes de trabalho é um assunto sério, gerando debates dentro das empresas, que querem minimizar as chances de funcionários sofrerem com ocorrências originadas na rotina. E quando o assunto é a pele dos colaboradores, algumas variáveis entram em jogo. A aplicação de protetor solar para quem trabalha na rua, por exemplo, ou o uso de luvas e acessórios adequados para quem lida com produtos químicos, são alguns dos aspectos com destaque especial.
A presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS, Clarissa Prati, salienta a incidência alta de câncer de pele no Rio Grande do Sul e que os trabalhadores que exercem suas profissões na rua estão mais expostos, aumentando o risco de desenvolver esta e outras doenças.
– O filtro solar não é regulamentado como um EPI (Equipamento de Proteção Individual), mas deve fazer parte das orientações para quem trabalha exposto ao sol. Alguns profissionais estão mais sucetíveis à radiação ultravioleta, como os garis, os carteiros, os funcionários da construção civil e os trabalhadores rurais. Para os carteiros, existe regulamentação nos Correios para o uso de fotoprotetores, que devem ser distribuído gratuitamente para os colaboradores. Entretanto, a proteção não se limita apenas ao protetor solar, mas também aos acessórios, como chapéus de abas largas e camisetas com mangas compridas. Também é preciso observar o horário de trabalho e ficar mais à sombra entre 10h e 16h – explica.
Pensando nos trabalhadores rurais, a Secretaria de Saúde do RS iniciou, em 2014, a distribuição de protetor solar em cidades do interior do estado. Segundo Dra Clarissa Prati, essa atitude é muito importante para evitar problemas na pele devido ao excesso de sol.
– Os trabalhadores rurais normalmente já utilizam alguns acessórios, baseados em suas experiências, como chapéus protegendo o pescoço e as orelhas, roupas largas e camisetas de mangas compridas. É essencial que não esqueçam de proteger-se ao longo de todo o dia e nos momentos de laser, utilizando também o filtro solar diariamente – lembra Clarissa Prati.
Já as substâncias químicas apresentam determinações específicas para cada uma delas. Por isso, deve-se atentar para o uso de luvas, além de cuidar das mãos e dos antebraços. Produtos cáusticos podem causar dermatites irritativas e queimaduras, enquanto outros produtos são potencialmente indutores de alergias e dermatites de contato.
Na construção civil, além dos EPIs e do filtro solar, também é necessário o cuidado com a pele para evitar problemas comuns de quem trabalha com cimentos e colas: as dermatites de contato.
– Esses problemas podem, se não tratados adequadamente, comprometer o desempenho durante o trabalho, além de gerar afastamentos prolongados do serviço – finaliza.
Muitas empresas já perceberam o quanto os problemas de pele são prejudiciais aos funcionários e fornecem hidratação adequada para as mãos dos colaboradores.