Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS alerta para importância do diagnóstico precoce e tratamento
A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que é transmitida de pessoa para pessoa, por contato direto e prolongado. Pode acometer qualquer indivíduo, independente de idade, raça ou classe social, mas é mais comum em locais com clima quente. Após um período de incubação longo, quando já instalada no organismo, pode causar manchas na pele, alteração ou perda da sensibilidade ao toque, calor, frio e dor, fraqueza muscular e até diminuição da visão. Os médicos destacam que é comum que as pessoas com hanseníase não sintam a pele queimar, mesmo exposta a forte calor do fogo, em áreas com manchas no corpo, mãos ou pés. Podem, por outro lado, sentir uma sensação de pequenos choques e/ou picadas em lesões iniciais.
Nos estágios mais tardios, o paciente que não for tratado evolui para sequelas irreversíveis como amputação de extremidades e problemas neurológicos. Essas sequelas foram motivo de estigmas e segregação dos pacientes até o século 20, o que se mostrou ser cruel e ineficaz.
Ainda no século 19, o médico norueguês Gerhard Armauer Hansen, pesquisador de saúde pública, conseguiu identificar o bacilo causador da hanseníase, até então chamada de lepra, em tom pejorativo. Por conta do sobrenome do pesquisador a doença passou a ser chamada “hanseníase” e o tratamento dado aos pacientes se modificou de maneira importante. Passados quase 150 anos, profissionais da saúde ainda lutam promovendo campanhas de esclarecimento e ações na mídia para desmitificar a hanseníase. O controle da doença não ocorre do modo como se defendia no passado (isolando e segregando pessoas). Sua identificação precoce, assim como o tratamento da doença instalada, evita danos permanentes aos nervos e membros, assim como a disseminação da doença para outras pessoas.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS alerta para importância do diagnóstico precoce e tratamento da Hanseníase:
A hanseníase ainda se mostra uma doença preocupante no Brasil. Segundo a OMS, o Brasil ocupa o segundo lugar entre as nações com o maior número de casos, atrás apenas da Índia. Em 2019, antes da pandemia da Covid-19, foram notificados, de acordo com o Boletim Epidemiológico sobre a Hanseníase do Ministério da Saúde 27.864 novos casos de Hanseníase, equivalente a 93% de todos os casos da região das Américas e 13,7% dos casos globais registrados no ano.
Em 2022, foram notificados 15.155 casos novos de hanseníase. Essa queda pode ser explicada pela pandemia de COVID 19, que dificultou o acesso aos serviços médicos e, consequentemente, ao diagnóstico desse tipo de doença. É previsto que nos próximos anos ocorra um aumento nas notificações de casos, principalmente de pacientes com doença mais avançada.
A presidente da SBD-RS, Rosemarie Mazzuco, destaca que o Sistema único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e o acompanhamento da doença de forma gratuita. O Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase é lembrado no último domingo do mês de janeiro, e a campanha nacional da Sociedade Brasileira de Dermatologia está no ar em: https://www.sbd.org.br/
Redação: Marcelo Matusiak e Assessoria de Imprensa SBD
Coordenação: Marcelo Matusiak