Durante a gravidez são observadas uma série de alterações que são consideradas normais, mas alguns cuidados são importantes
O período da gestação é de intensa transformação no corpo da mulher e, como não poderia deixar de ser, a pele também é uma das partes afetadas. Muitas alterações são consideradas “fisiológicas”, ou seja, normais do organismo, sem significar doença. Essas mudanças costumam desaparecer espontaneamente após o parto e não necessitam de tratamento. A médica e secretária-científica da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), Fernanda Freitag, explica que há alterações devido a maior quantidade de hormônios no organismo.
– Muitas gestantes apresentam escurecimento das aréolas mamárias, axilas, virilha e genitália. Sardas, nervos e cicatrizes já existentes também podem se tornar mais escuros. Surge a chamada “linha nigra”, que é o escurecimento da linha média do abdome, entre o umbigo e a região pubiana. Todas essas modificações regredirão em alguns meses após o nascimento do bebê. As estrias gravídicas acometerão uma grande parte das gestantes, especialmente no final da gestação. A predisposição genética associada à distensão da pele explica em parte seu aparecimento. Controle de peso e uso diário de hidratantes podem auxiliar na prevenção. As glândulas sudoríparas ficam mais ativas, aumentando o suor e a chance de brotoeja (miliária). A gestante também pode notar o aparecimento de vasinhos finos (telangiectasias) na pele da face, pescoço e braços – explica.
Os cabelos também passam por transformação. A maior parte das grávidas nota um crescimento mais intenso dos fios. Entretanto, 3 meses após o parto, pode ocorrer o chamado “eflúvio telógeno”, que é uma queda intensa nos fios, com duração aproximada de 6 meses.
– O eflúvio telógeno pós-parto é considerado fisiológico e regredirá, com crescimento de fios novos e saudáveis. Na gestação, pode ocorrer aumento do número de pelos na face e braços, com melhora após seis meses do parto – completa a médica.
A sensação de coceira na pele é relatada por algumas mulheres grávidas, sendo mais intensa no abdômen, e piorando ao longo da gestação. Esse sintoma deve ser muito bem avaliado pelo Dermatologista, a fim de descartar causas mais graves como a colestase intra-hepática da gestação.
A recomendação é fazer uma consulta com o Dermatologista, que saberá distinguir as alterações esperadas durante esse período daquelas que podem indicar alguma doença.