Condição dermatológica pode afetar entre 10 a 20% das pessoas em algum momento de suas vidas, comprometer a qualidade de vida, sinalizar existência de doenças, e ocasionar riscos graves à saúde
Outubro é um período dedicado à conscientização sobre a urticária, uma das doenças de pele mais comuns e que ainda gera dúvidas entre pacientes e profissionais de saúde. Caracterizada por manchas e elevações avermelhadas, com inchaço e coceira intensa, a condição pode surgir de forma repentina e desaparecer em poucas horas, retornando em diferentes partes do corpo. Conforme o dermatologista e professor de Dermatologia da UFRGS, Dr. Renan Bonamigo, a urticária aguda pode ter diversas causas, incluindo alergias, medicamentos, alimentos, infecções, entre outras.
“Embora a maioria dos casos seja autolimitada, a urticária pode se tornar crônica, exigindo acompanhamento especializado e investigação detalhada para identificar a origem do problema”, explica.
Segundo o especialista, a compreensão da urticária vem avançando significativamente com as descobertas sobre sua fisiopatologia e com o desenvolvimento de novas terapias farmacológicas.
“É uma doença muito frequente nos atendimentos, e revisitar o raciocínio clínico é essencial. Sem um diagnóstico preciso, a escolha pela terapêutica correta torna-se prejudicada. A anamnese detalhada e o exame físico cuidadoso continuam sendo nossas principais ferramentas. Algumas formas de urticária podem ser acompanhas de angioedema de mucosas, condição grave, que pode ser considerada uma emergência, em determinadas circunstâncias,” destacou.
O médico também reforçou que a diferenciação entre urticária aguda e crônica é o primeiro passo na avaliação clínica.
“Nas formas crônicas, é importante identificar se há estímulos físicos ou mesmo de alteração da temperatura corporal, o que caracteriza a urticária crônica induzível. Alguns exames laboratoriais podem ser importantes para o esclarecimento, também. Quando não encontramos uma causa específica, podemos estar diante da urticária crônica espontânea, uma condição com base imunológica importante, com diferentes subtipos e que pode ocasionar grande impacto na qualidade de vida dos pacientes”, acrescenta.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção do Rio Grande do Sul (SBD-RS) reforça que a urticária, embora muitas vezes transitória, pode interferir na rotina e no bem-estar. O diagnóstico preciso e o tratamento adequado são fundamentais para manter a qualidade de vida e evitar recorrências.





