Reações dermatológicas às vacinas contra COVID-19

Ainda que raras, as reações dermatológicas às vacinas podem ocorrer e se torna importante identificá-las e procurar atendimento médico adequado

 

O momento da vacinação contra a COVID-19 tem sido significativo para todo mundo, não só pela proteção que a imunização traz, mas também pelo aspecto psicológico. Pela eficácia já assegurada por autoridades sanitárias do mundo todo, a imunização é altamente recomendada. No entanto, peequenos efeitos adversos podem acontecer.

Segundo a médica dermatologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), Rosemarie Mazzuco, já são bem estabelecidas e relatadas as manifestações cutâneas relacionadas à infecção por coronavírus, mas no que se refere às reações adversas às vacinas ainda não há literatura ampla. Conforme mais pessoas vão sendo vacinadas, mais casos de reações são relatados. As reações adversas às vacinas contra COVID-19 vão desde uma leve dor de cabeça até quadros mais graves, com comprometimento da função de alguns órgãos. No âmbito das reações cutâneas, as mais comuns são as reações no local de aplicação da vacina: principalmente dor, mas também vermelhidão, inchaço e coceira.

“Esses efeitos adversos locais são relativamente comuns a todas as vacinas, principalmente após a segunda dose e a maioria é de gravidade leve ou moderada (ou seja, não impede as atividades diárias) e está limitada aos primeiros dois dias após a vacinação. A dor no momento da picada é variável e depende da sensibilidade individual. Algumas pessoas recorrem ao uso de pomada anestésica previamente à injeção. Porém, o efeito da pomada anestésica é apenas superficial, diminuindo a sensibilidade à picada, mas não à injeção do líquido no músculo”, explicou.

A médica acrescenta, ainda, que a anafilaxia (alergia grave, que põe a vida em risco) é um efeito adverso raro já relatado com a vacina da Moderna e da Pfizer, a uma taxa aproximadamente de 2,8 casos por milhão de doses com a Moderna e 5 casos por milhão da Pfizer. Relaciona-se o risco de anafilaxia devido às duas vacinas utilizarem tecnologia de nanopartículas lipídicas (LNPs), revestidas com polietilenoglicol (PEGuiladas), para transportar o RNA até as células. O polietilenoglicol é um composto que aparece em vários produtos farmacêuticos, incluindo alguns medicamentos para problemas intestinais e laxantes. Já em relação a vacina AstraZeneca foram relatados raríssimos casos de efeitos adversos cutâneos graves, como vasculites e Síndrome de Steven Johnsons.

Assim como pode ocorrer com qualquer vacina, há também relatos de edema (inchaço) em áreas onde foi previamente injetado preenchedor com ácido hialurônico. Esse edema é reversível e não acarreta nenhum risco para a saúde do paciente. Vale ressaltar que pessoas que têm implantes faciais ou corporais podem receber as vacinas normalmente.

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Sobre a SBD/RS

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) é a única instituição reconhecida oficialmente pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Médica Brasileira (AMB) como representante dos dermatologistas no Brasil. Os médicos dermatologistas a ela ligados precisam obter o Título de Especialista que atesta a sua capacitação.

 

A secção SBD-RS é a sua representante no território do Rio Grande do Sul.

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