Urticária é uma doença comum que se apresenta com vergões, angioedema ou ambos. Ela pode ser classificada de acordo com o tempo de duração em aguda quando o quadro clínico tem menos de seis semanas ou crônica quando dura mais do que isso. De acordo com a causa, ela pode ser induzida quando um fator desencadeante é identificado como drogas, alimentos ou estímulos como frio, pressão, água, ou espontânea quando não se identifica uma causa.
Estudos apontam prevalência de aproximadamente 20% da urticária aguda e entre 0,5 a 5% da crônica, sendo que desses, mais de 60% apresentam urticária crônica espontânea.
A característica clínica da urtica é de uma lesão com inchaço central e avermelhado em volta, coceira ou às vezes sensação de queimação, com a pele retornando ao aspecto normal em até 24 horas, sem deixar marcas. Já o angioedema apresenta inchaço súbito, intenso e localizado, em camadas mais profundas da pele e/ou mucosas, atingindo geralmente pálpebras e lábios, às vezes com dor ao invés de coceira e com uma resolução em até 72 horas. Pode ou não estar associado à anafilaxia, reação grave com sinais e sintomas como dificuldade para respirar e pressão baixa.
Mas como essa doença acontece? Os mecanismos envolvidos na origem da urticária continuam sendo estudados, mas o que se sabe é que o mastócito é a célula mais importante nesse contexto. Ele é ativado por diversos fatores que funcionam como “gatilhos”, fazendo com que libere substâncias com atividades inflamatórias como a histamina, responsável pelo quadro clínico característico com as lesões de pele e a coceira.
O diagnóstico é clínico, mas alguns exames podem auxiliar na identificação da causa ou de possíveis doenças associadas.
O tratamento envolve medidas como afastar-se da causa, quando detectada, além do uso de anti-histamínicos, com manejo da dose conforme o caso e até medicações mais modernas em casos específicos.
A urticária causa impacto significativo na qualidade de vida das pessoas, podendo atrapalhar o sono e as atividades diárias, sendo comum a presença de distúrbios psiquiátricos como ansiedade e depressão, tamanha é a interferência na rotina do paciente.
Siga as recomendações médicas, não se automedique e evite fatores desencadeantes.
Autor: Dra. Giovana Binda – dermatologista SBD-RS
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