41ª edição do Simpósio sobre Dermatologia Tropical, o DERMATROP, encerrou no sábado (01/06)
Foram três dias de debates e aprendizado sobre doenças atuais e que são historicamente ligadas a característica geográfica do Brasil, um país tropical. O evento superou todas as expectativas da Sociedade Brasileira de Dermatologia
– Tivemos números surpreendentes com a presenças de mais de duzentos médicos participando de diversas partes do país e muito nos orgulhou termos sido escolhidos para sediar este encontro – declarou o secretário geral da SBD-RS e coordenador local do 41º Curso Nacional de Dermatologia Tropical, o dermatologista Dr. André Costa Beber.
O Dr. André Vicente Esteves de Carvalho, falou sobre o manejo de dermatoses infeciosas no tratamento com medicações imunobiológicas. Após, Renan Rangel Bonamigo discorreu sobre as vacinas, quais e quando recomendar em pacientes utilizando tratamento imunossupressor ou imunobiológico.
– Para pacientes que usam imunosupressores e imunobiológicos, temos que utilizar vacinas que possam protegê-los, mas é fundamental pensar no momento em que a vacina é aplicada. As vacinas inativadas são seguras do ponto de vista de induzir alguma infecção no paciente. Todas existentes no calendário (para este grupo, as principais vacinas são: pneumococo influenza e hepatite B) podem ser utilizadas normalmente nestes pacientes. Durante o uso, eventualmente, alguns medicamentos podem diminuir a sua eficácia porque o medicamento vai bloquear a formação de anticorpos contra a vacina. Então, por isso, o ideal é que seja feita antes – explicou.
Segundo o médico, no caso de vacinas com vírus e bactérias atenuados, há um risco um pouco maior delas causarem algum tipo de efeito adverso. Eventualmente, formas brandas da infecção. Como o paciente é imunodeprimido pelas medicações, é preciso ter mais cuidado. Se eles já estão em uso do medicamento, recomenda-se uma pausa temporária para vacinação e depois é retomada a medicação. As vacinas mais importantes neste grupo são Herpes Zoster, varicela e tríplice viral. A febre amarela é indicada só em casos muito especiais.
O médico boliviano Dr. Martin Sangueza, convidado internacional, da Bolívia, discorreu sobre a histopatologia e dermatologia tropical.
A programação durante a manhã contou com apresentação dos médicos dermatologistas Dra. Francisca Regina Oliveira Carneiro (PA), Dr. Arival Cardoso de Brito (PA), Dra. Regina Casz Schechtman (RJ), e Dr. Paulo Roberto Lima Machado (BA). As aulas abordaram novidades na área da micogia e a leishmaniose tegumentar americana (LTA). O segundo módulo foi dedicado a dermatozoonoses e vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV), um vírus causador de infecções com potenciais manifestações cutâneas.
Porto Alegre foi escolhida pela primeira vez para sediar o encontro organizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e com apoio da SBD-RS e Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS). As atividades foram realizadas no Hotel Deville Prime, em Porto Alegre (RS).