Sintomas comuns como vermelhidão, irritação, descamação do couro cabeludo, falhas e queda de cabelo merecem atenção. Muitas vezes, problemas simples como alergias a shampoos e dermatite seborreica podem ser a causa, no entanto há doenças que podem levar à perda gradual e permanente dos fios, como o LÍQUEN PLANO PILAR. Em alguns casos, este inicialmente se manifesta como caspas no couro cabeludo e por isso a importância de não achar que toda descamação e queda de cabelo são normais.
Por ser uma patologia crônica, recorrente, de causa ainda incerta, o líquen plano pilar é uma doença benigna, inflamatória, mais comum em mulheres da quarta à sétima década de vida, que provoca uma inflamação no istmo, área do folículo capilar responsável pela renovação do fio, destruindo-o. Dessa forma, haverá a substituição do folículo por uma cicatriz, impossibilitando que novos fios sejam “fabricados” naquela região. O resultado é que nessa alopecia cicatricial, os fios que caem não voltam mais, levando a formação de placas com ausência de cabelos, momento em que geralmente o paciente procura o dermatologista.
Esse é o maior erro, com esse quadro a doença já se encontra avançada. É preciso ficar atento aos sintomas iniciais da doença que manifesta-se com ardência, coceira ou dor no couro cabeludo, associados a descamação (“caspa”) e vermelhidão. É nessa fase que o paciente deve procurar um médico dermatologista, já que o tratamento ainda consegue recuperar ou lentificar a evolução para uma perda definitiva, prevenindo o surgimento de placas (buracos sem cabelos), característica estigmatizante da doença, que leva, muitas vezes, a prejuízos na convivência social por motivos estéticos.
A doença é de provável origem autoimune e seu diagnóstico é feito com biópsia da lesão. O tratamento do líquen plano pilar é planejado conforme o grau de acometimento e varia desde medicamentos de uso tópico até sistêmicos. Como há destruição dos folículos, não é possível a recuperação das áreas que já tem cicatrizes, então é de extrema importância o tratamento para evitar a progressão da doença e a perda de mais folículos. Quanto mais precoce o diagnóstico, melhores são os resultados terapêuticos.
Autor: Dr. Leandro Damiani, dermatologista SBD-RS
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