O EPF é uma reação da pele a diversos medicamentos, caracterizada pelo aparecimento de lesões que somem e reaparecem nos mesmos locais do corpo a cada vez que o medicamento é ingerido. Ela pode formar desde manchas avermelhadas, arroxeadas e acastanhadas (quando são mais antigas), até bolhas. Os locais mais acometidos são pele, principalmente de mãos e pés, e mucosas oral e genital. O EPF pode manifestar-se de diversas formas: simplesmente com o aparecimento das manchas; manchas acompanhadas de sintomas sistêmicos como dor, febre e mal-estar; ou um quadro difuso, provocando reações graves como a Síndrome de Stevens Johnson que pode levar o sujeito ao descolamento total da pele e até a morte.
Quais os principais medicamentos envolvidos nesta reação?
Os medicamentos frequentemente envolvidos são os analgésicos comuns (paracetamol), os antibióticos (sulfametoxazol+trimetropim, tetraciclinas, penicilinas, dapsona), os anti-inflamatórios (ibuprofeno, nimesulida, diclofenaco, ácido mefenâmico) e outros agentes (barbitúricos, antimaláricos).
Por que esta reação ocorre?
Acredita-se que o organismo crie uma memória imunológica à primeira exposição à droga e, nas exposições subsequentes, reative este mecanismo de forma aumentada, reagindo contra a pele. Essa memória é baseada num tipo celular chamado linfócito T CD8.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico, isto é: o médico dermatologista, após entrevista com o paciente e exame da pele, pode concluir tratar-se de EPF ou não. Quando o diagnóstico for duvidoso ou em casos mais graves, pode ser necessária comprovação através de biópsia da pele. Outra ferramenta muito utilizada nesses casos é o teste de contato ou teste epicutâneo, no qual o médico dermatologista aplica pequenas porções das substâncias suspeitas na pele do paciente, provocando reações em menores proporções e identificando a positividade droga-específica. A realização desse teste torna o diagnóstico mais acessível e a retirada da droga específica mais rápida, prevenindo novos quadros.
E qual o tratamento?
A chave do tratamento consiste em evitar a auto-medicação por parte do paciente. Além disso, uma vez tendo confirmação da substância suspeita, esta jamais deverá ser utilizada novamente. Casos leves podem ser resolvidos apenas com a retirada dessa medicação. Contudo, casos mais graves podem necessitar de tratamento específico ou mesmo internação hospitalar.
Autora: Dra. Mariele Bevilaqua, dermatologista SBD-RS
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