A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum. Esta doença se manifesta inicialmente com uma ferida única, sem dor, geralmente nos órgãos genitais. É chamada cancro duro ou fase primária. Ela aparece cerca de 3 semanas após adquirir a bactéria. Esta ferida mesmo se não tratada, desaparece naturalmente, levando falsamente à ideia de cura. Cerca de 2 meses depois, há o surgimento da fase secundária da doença que se manifesta por manchas avermelhadas em várias partes do corpo – inclusive na boca e órgãos genitais. A sífilis secundária pode simular diversas outras doenças devido às suas diversas formas de apresentações clínicas. Essas lesões também podem desaparecer sem tratamento. Isso não significa que a doença esteja curada. A bactéria pode persistir viva no organismo e pode levar a lesões cutâneas diferenciadas, complicações graves no sistema nervoso, no sistema cardíaco e grandes vasos sanguíneos. Esta fase é chamada de sífilis terciária.
A grávida com sífilis pode transmitir a doença para o seu bebê, levando ao aborto, à doença ou morte do recém-nascido. A doença pode ser transmitida por qualquer tipo de atividade sexual, inclusive pelo sexo oral. Pela presença dos ferimentos, a sífilis aumenta em até 18 vezes a chance de passar ou adquirir o HIV, o vírus da AIDS. O diagnóstico da sífilis pode ser feito quando o médico identifica as lesões na pele ou órgãos genitais, nas pessoas que tenham tido relações sexuais com uma pessoa com sífilis ou em exames de rotina. Em gestantes, a testagem para sífilis (e HIV) deve ser realizada na primeira consulta do pré-natal, no terceiro trimestre e no momento do parto. Os testes rápidos, realizados com sangue da ponta do dedo, facilitaram muito a realização dos exames.
Quando diagnosticada cedo, a sífilis possui tratamento que leva à cura com medicamentos seguros e gratuitos, quando disponíveis no serviço público, ou de baixo custo, quando comprados em farmácias. No nosso estado, em especial Porto Alegre, estão as maiores taxas de sífilis do Brasil. Indivíduos jovens, homens e mulheres com vida sexual ativa tem maior risco. A redução do número de parceiros e o uso do preservativo são as principais formas de prevenir a doença, ainda que possa haver transmissão nas áreas não cobertas pelo preservativo.
Autora: Dra. Paula D´Elia – Dermatologista SBD-RS
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