No inverno, nós Dermatologistas notamos o aumento na frequência de algumas queixas específicas por parte dos pacientes. Dentre elas, destaca-se a pitiríase alba.
São pequenas manchas esbranquiçadas, mais claras do que a pele adjacente, distribuídas principalmente na face, região cervical e tronco superior – contudo, outros locais também podem ser afetados. A faixa etária mais acometida é a dos indivíduos abaixo dos 20 anos de idade; portanto, crianças e adolescentes. Antes de serem brancas, as placas podem ter aspecto discretamente avermelhado. Em sua superfície, evidencia-se leve descamação. Geralmente são assintomáticas, mas motivam a consulta em virtude do desconforto estético atribuído a elas e também por coceira, presente em alguns casos.
As lesões são mais aparentes em pessoas de pele escura e também naqueles que se expõe ao sol, pois há maior contraste das placas com a pele sã.
Não se conhece, ainda, a causa exata da pitiríase alba – acredita-se que haja alteração no transporte do pigmento entre células da epiderme (uma das camadas da pele).
Sabe-se, entretanto, que é mais frequente em pacientes com Dermatite Atópica e também que apresenta alguns fatores desencadeantes, como banhos quentes e frequentes, uso de esponjas durante higiene corporal e sabonetes abrasivos, com pH não adequado para o uso na pele.
O olhar atento do Dermatologista será capaz de firmar o diagnóstico correto, visto que algumas condições podem simular as lesões de pitiríase alba, como vitiligo, hipocromias pós-inflamatórias, nevos hipocrômicos, micoses superficiais, entre outros.
O tratamento engloba medidas gerais de cuidados com a pele, além do possível uso de hidratantes, queratolíticos, corticosteroides e retinóides tópicos, além de fototerapia. A indicação é individualizada e deve ser realizada pelo Dermatologista.
Fique atento à sua pele e procure sempre um Dermatologista titulado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Autor: Dr. Felipe Vanazzi, dermatologia SBD-RS.
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