Eletrocirurgia é um termo utilizado em Medicina para descrever aqueles procedimentos cirúrgicos em que existe passagem de corrente elétrica pelos tecidos, com finalidades curativas. Também é chamada de cirurgia por radiofrequência. Os primeiros aparelhos foram fabricados nos EEUU há mais de um século. Hoje já existem muitos modelos, cada qual com sua potência e com variações na emissão da corrente elétrica, o que faz com que esse método terapêutico tenha muitas utilidades nas várias especialidades médicas.
Considerando que o calor produzido nos tecidos tratados é gerado por corrente elétrica, o profissional que utiliza esse tipo de tratamento, precisa ter formação médica e conhecimentos básicos de eletricidade, já que esses equipamentos podem interferir no funcionamento de aparelhos implantados no corpo, como marca-passos, desfibriladores, aparelhos cocleares para audição e neuroestimuladores (utilizados em doenças da bexiga, estômago, para dor crônica, e outras indicações). Além disso, o desconhecimento de algumas características dessa ferramenta cirúrgica, pode provocar nos pacientes, choques elétricos e queimaduras durante a sua utilização. Profissionais que não tenham conhecimentos médicos de anatomia e fisiologia, também poderão provocar sequelas permanentes nos locais tratados. Esse aspecto é tão importante que existem portarias que regulamentam o uso desses aparelhos, os quais são citados como equipamentos eletromédicos, fazendo referência aos profissionais que têm a responsabilidade pela sua prática. A Vigilância Sanitária faz controle nos consultórios e hospitais para que as instituições mantenham em uso somente os equipamentos registrados e liberados pela ANVISA.
Os efeitos da eletrocirurgia vão desde a interrupção de sangramentos durante uma cirurgia, até a destruição de tecidos tumorais (cânceres). Esse processo é utilizado em diversos tipos de especialidades cirúrgicas. O dermatologista além de utilizar esse método nas situações citadas anteriormente, também emprega essa tecnologia para a retirada de lesões benignas, como pequenos fibromas, verrugas, alguns tipos de sinais e manchas, com excelentes resultados estéticos. Atualmente a fabricação de novos equipamentos baseados em propriedades elétricas, permitem o uso desse sistema para tratamento de rugas finas, estrias, alguns tipos de cicatrizes de acne e outras alterações de difícil tratamento. A prática eletrocirúrgica é extremamente importante nas especialidades cirúrgicas médicas, e muito utilizada em Dermatologia.
Autor: Dr. Sérgio Ivan Torres Dornelles, dermatologista SBD-RS
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