Nevos são proliferações benignas dos melanócitos, células que produzem a melanina e estão relacionadas a pigmentação da pele. Nevos congênitos são nevos presentes desde o nascimento ou, mais raramente, que surgem até os dois anos de idade. Eles são classificados em três tipos de acordo com o seu tamanho: pequenos (<1,5 cm), médios (1,5 até 19,9 cm) e gigantes (>20 cm).
Os nevos pequenos e médios geralmente se apresentam como um sinal comum. Ao nascimento, mais comumente são manchas arredondadas ou ovais, marrom mais claras, com ou sem pelo. Entretanto podem se modificar ao longo do tempo, se tornando mais escuras e elevadas. Já os nevos gigantes acometem áreas mais extensas e geralmente estão associados a presença de pêlos. Os nevos congênitos podem surgir em qualquer parte do corpo e acometer mais de um local ao mesmo tempo.
A relevância desses nevos esta relacionada ao seu potencial risco de câncer de pele, especificamente o melanoma. Sabemos que quanto maior for a lesão, maior será o risco. Portanto, os nevos congênitos gigantes são os mais preocupantes.
O acompanhamento periódico desses nevos por um dermatologista é de extrema importância. Esse profissional irá avaliar possíveis complicações associadas, como o acometimento do sistema nervoso central, no caso dos nevos gigantes, além de monitorar as características dos mesmos, através da dermatoscopia, nos casos indicados, e de fotografias.
A remoção cirúrgica é uma possibilidade que pode ser cogitada, no entanto não há evidência até o momento que a remoção do nevo previna a ocorrência do melanoma. Essa decisão será baseada em diversas variáveis, como presença de modificação sugestiva de malignidade, local e tamanho da lesão, idade do paciente, resultado cosmético, entre outros. É importante salientar que mesmo removendo a lesão, o acompanhamento deve continuar e ser periódico, a fim de detectar qualquer malignidade precocemente.
Autora: Dra. Majoriê Segatto, dermatologista SBD-RS
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