O contato com metais como níquel, cromo e cobalto é frequente na vida diária. Alergia a esses metais pode afetar pessoas de todas as idades e geralmente se desenvolve após exposição repetida ou prolongada. Estima-se que até 17% das mulheres e 3% dos homens são alérgicos ao níquel e que 1 a 3% são alérgicos ao cobalto e cromo.
Tradicionalmente o níquel, o cobalto e o cromo são os alérgenos de contato mais importantes. Recentemente, ouro e paládio tem atraído atenção pela elevada prevalência.
A alergia a metais manifesta-se com erupção cutânea, coceira, vesículas, vermelhidão e descamação. Cronicamente a pele pode tornar-se ressecada ou endurecida e com rachaduras. A dermatite ocorre na área da pele que esteve em contato com o metal, porém pode aparecer em outros locais do corpo. A reação geralmente começa dentro de 12 a 48h após o contato e pode persistir por semanas.
O diagnóstico pode ser óbvio quando ocorre no local de contato direto com um objeto metálico, como brincos, área periumbilical de botões de calças, ou na parte de trás das coxas por parafusos de metal de algumas cadeiras. A alergia ao níquel é mais difícil de reconhecer quando afeta mãos e face ou é responsável por doença alérgica generalizada. A história da exposição, o exame da pele e testes de contato podem confirmar o diagnóstico. A relevância do teste positivo é determinada quando o alérgeno é identificado no ambiente do paciente e a remoção melhora a dermatite.
Tratamentos podem reduzir os sintomas, mas uma vez que desenvolveu a alergia, será sempre sensível e é preciso evitar o contato. É necessário identificar a exposição ambiental através de joias, prendedores de vestuário, telefones celulares, piercings corporais, lâminas de barbear, utensílios de cozinha, brinquedos, moedas, eletrodomésticos, materiais dentários ou óculos. Além disso, cosméticos como rímel, delineador, sombra de olhos, esmalte para unhas e batom podem conter metais.
A importância de identificar a dermatite de contato a metais está na sua alta prevalência na população e porque pode ser causa de morbidade significativa, inclusive afastamento do trabalho quando relacionada a exposição ocupacional.
Autora: Dra. Catiussa Spode Brutti – Dermatologista SBD-RS
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