Hemangiomas – Dra. Ana Elisa Kiszewski Bau

As lesões vasculares são bastante prevalentes na população pediátrica, e felizmente a maioria delas tem uma evolução favorável mesmo sem tratamento. No entanto, há muito desconhecimento quanto à classificação e indicação terapêutica destas lesões, pois muitos continuam chamando de hemangioma qualquer lesão vermelha, protuberante ou não encontrada em um bebê. Uma nova nomenclatura foi estabelecida nos últimos anos com o propósito de ajudar os médicos a diferenciar as lesões vasculares, orientar como e quando investigar e apontar as possibilidades terapêuticas. Nesta nova nomenclatura, as lesões foram divididas em hemangiomas e malformações vasculares. Os hemangiomas são tumores vasculares nos quais há proliferação celular e costumam responder ao tratamento clínico. A maioria das pessoas acredita que os hemangiomas não requerem tratamento e passam esta informação aos pais que ficam aguardando o hemangioma regredir espontaneamente. No entanto, é muito importante esclarecer a população que os hemangiomas, em determinadas situações, requerem tratamento logo nas primeiras 6 semanas de vida. Caso estes hemangiomas não sejam tratados, poderão deixar sequelas funcionais ou desfiguração, levando a criança a uma série de intervenções cirúrgicas sem garantia de um resultado estético favorável. As indicações para o tratamento medicamentoso são: hemangiomas de crescimento acelerado; hemangiomas que produzam algum tipo de obstrução (e/ou que comprometam a função por exemplo pálpebra e via aérea); hemangiomas em região genital e glútea; hemangiomas que possam deixar cicatriz desfigurante (que possam necessitar cirurgia plástica reparadora); hemangiomas ulcerados ou hemangiomas com risco de ulceração; e hemangiomas internos. O tratamento dos hemangiomas é feito com medicamentos sistêmicos e hoje a primeira linha são os beta-bloqueadores. Em geral, a resposta é rápida e o tratamento mantido até 1° ou 2° ano de vida.

Nas malformações vasculares, não existe proliferação de células e as lesões ocorrem por dilatações dos vasos dérmicos. Estes vasos “dilatados” podem ser venosos, linfáticos ou arteriais ou uma combinação destes. Por este motivo, o tratamento é principalmente cirúrgico, embolização, escleroterapia e laser. Recentemente, um novo medicamento entrou como opção para alguns casos de malformação linfática.

Autor: Dra. Ana Elisa Kiszewski Bau, dermatologista associada da SBD-RS.

A SBD-RS não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos apresentados na Palavra do Dermato. O artigo apresentado acima é de total responsabilidade do autor.

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