Você já ouviu falar do pano branco?

Hoje vamos falar sobre essa condição, chamada por nós, dermatologistas, de Pitiríase Versicolor. Nessa época do ano é super comum atendermos pacientes com queixas de manchas nas costas, peitos e braços, podendo estas ser brancas, castanhas ou rosadas. Elas apresentam uma leve descamação, bem superficial, as quais muitas vezes nem são percebidas pelo paciente. Essa condição é chamada PITIRÍASE VERSICOLOR (versicolor devido a variedade de cores e tons que a doença pode se manifestar).

Mas o que é isso?

Também conhecida como pano branco, é uma micose superficial da pele causada por fungos do gênero Malassezia. Esse fungo é um habitante natural do nosso corpo, porém, quando existem condições favoráveis para o seu crescimento, ele consegue invadir a pele e causar as lesões características.

E o que faz a doença se manifestar, já que esse fungo é um hospedeiro normal da nossa pele? 

Os fatores externos que facilitam o crescimento do fungo são o calor e a umidade, uma condição mais prevalente durante o verão. Existem também fatores do hospedeiro que favorecem o surgimento das lesões como desnutrição, sudorese excessiva e uso de anticoncepcionais, corticoides ou imunossupressores, entre outros. Está presente no mundo todo e atinge todas as faixas etárias, sendo mais frequente em adolescentes e adultos jovens, pois estes têm maior atividade da glândula sebácea. O diagnóstico geralmente é clínico, mas pode ser necessário confirmação com um exame chamado exame micológico (por raspagem da pele). Outra ferramenta disponível no consultório é a lâmpada de Wood, onde veremos uma coloração amarelada ou prateada, típica dessa condição.

O tratamento pode ser feito com medicações antifúngicas aplicadas diretamente na pele, no couro cabeludo, ou ingeridas por via oral, dependendo da extensão. Elas eliminam a descamação em poucos dias, porém as alterações da pigmentação tendem a se resolver mais lentamente. Outro detalhe importante é que a pitiríase versicolor pode reaparecer com frequência, mesmo após um tratamento satisfatório, visto esse fungo ser um participante normal da biota na pele.

Nesse verão use chapéus, roupas leves e arejadas (preferencialmente de tecidos não sintéticos) e ainda abuse do protetor solar. Ah, e não esqueça de secar bem a pele depois de se molhar. Essa condição, apesar de não ser contagiosa, pode incomodar muito esteticamente.

 

Autor(a): Dra. Dra. Valéria Rossato (CRM 42031 | RQE 36735)

A SBD-RS não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos apresentados na Palavra do Dermato. O artigo apresentado acima é de total responsabilidade do autor.

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