Queilite é o termo genérico utilizado para designar a inflamação dos lábios. Ela pode ter inúmeras causas, sendo as mais comuns: infecção por fungos ou bactérias, exposição prolongada ao sol, alergias medicamentosas e contato com substâncias irritativas, como maquiagem, alguns alimentos e medicamentos, pasta de dentes e enxaguantes bucais.
Os sinais e sintomas da queilite variam, um pouco, de acordo com a sua causa, incluindo feridas, ressecamento, descamação, inchaço, vermelhidão e rachadura dos lábios. Como consequência, podem ocorrer dor e desconforto, principalmente ao abrir a boca para comer, falar ou bocejar, por exemplo.
Em crianças, a forma mais comum de inflamação nos lábios é chamada de queilite angular, popularmente conhecida como “boqueira”, e é caracterizada por feridas nos cantos da boca, que causam dor ao abri-la, e ressecamento e descamação dos lábios. Estas alterações são causadas pelo contato com a saliva, e podem sofrer infecção secundária, tanto por vírus (como o herpes), como por fungos ou bactérias. Na infância, o acúmulo da saliva no canto da boca pode ser ocasionado por má-oclusão dentária ou pelo uso de aparelhos ortodônticos. Já o ressecamento dos lábios é decorrente da lambedura repetitiva dos mesmos.
Os lábios são muito sensíveis ao frio, à baixa umidade, ao vento , à água quente e merecem uma atenção especial no inverno. Os chamados lip balms são os produtos de escolha para a hidratação, regeneração e prevenção do ressecamento labiais, pois contêm ativos como manteiga de karité, ceramidas, glicerina de soja, ácido hialurônico, dexpantenol e vitamina E, que possuem alto poder hidratante. Alguns possuem, ainda, protetor solar. Já a manteiga de cacau, apesar de formar uma barreira de proteção contra o frio e o tempo seco, possui pouca capacidade de hidratação.
Além dos lip balms, não podemos esquecer de estimular a ingesta de água e orientar a criança a não arrancar as “pelezinhas” e não passar a língua sobre os lábios, o que irá contribuir para perpetuar o ressecamento dos mesmos.
Quando o quadro for persistente ou ocorrer com muita frequência, é imprescindível procurar um dermatologista, para que seja feita uma avaliação adequada, em busca de possíveis complicações, e instituído o tratamento mais apropriado.
Autor(a): Dra. Gláucia Thomas Heckler – CRM-RS 24689
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