O prurido é definido desde 1660 como uma sensação desagradável que leva à urgência em coçar a área afetada e pode acometer a superfície da pele, boca, nariz, faringe e região anogenital. É uma das queixas mais frequentes da dermatologia, podendo representar uma dermatose característica ou ser sintoma inicial de doença sistêmica. Algumas vezes se apresenta de forma disseminada e bastante intensa, mesmo sem que os pacientes apresentem alterações cutâneas visíveis. Nas formas crônicas, é um sintoma difícil de ignorar, levando a dificuldades para a concentração, alterações do sono, impedimentos na escola e no trabalho.
Os pacientes com prurido podem ser classificados em: pacientes com doença dermatológica pruriginosa primária (urticária, escabiose); pacientes com lesões dermatológicas secundárias ao prurido (dermatites de contato crônicas) e pacientes com prurido e sem lesão dermatológica (alterações psicológicas, linfomas).
Nos pacientes com doença dermatológica pruriginosa o diagnóstico e o tratamento não apresentam problemas. Entretanto, nos indivíduos em que as lesões dermatológicas não estão presentes ou são secundárias ao ato de coçar, a avaliação é bem mais complexa, incluindo história detalhada do paciente e das características do prurido, exame físico detalhado, assim como avaliação laboratorial para pesquisa das doenças sistêmicas que cursam com prurido. Por este motivo é de extrema importância a avaliação clínica dermatológica de todos os indivíduos que apresentem prurido.
O tratamento é direcionado à doença base do paciente, e por este motivo individualizado para cada indivíduo. A resposta terapêutica algumas vezes é mais demorada, principalmente quando o prurido está relacionado a doenças sistêmicas ou psicológicas.
Entretanto algumas características podem ser mais generalizadas, como por exemplo o ressecamento da pele, que está presente em grande parte destes pacientes e deve sempre ser corrigida com uso de hidratantes. Lembrar que o ressecamento da pele sempre leva ao prurido, e esta correção é fundamental.
Finalmente cabe lembrar a todos que a coceira na pele pode ser desde uma doença de fácil diagnóstico e tratamento, até doenças sistêmicas graves, de tratamento mais complexo. O médico dermatologista está habilitado para os diagnósticos diferenciais entre todos os tipos de coceira.
Autor: Dra. Magda Blessmann Weber, dermatologista SBD-RS
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