O termo criocirurgia designa o uso do frio e a diminuição de temperatura da região para tratar uma determinada doença ou sintoma. Também conhecida como “terapia pelo frio”, a criocirurgia abrange um conjunto de técnicas utilizado por várias especialidades médicas, para diminuir inchaços, tratar edemas, aliviar dores, inflamações, dentre outras finalidades. O processo de “esfriamento” do tecido a ser tratado pode ser feito de diferentes maneiras: imersão em água gelada, bolsa de gelo, bandagens.
Na Dermatologia, a criocirurgia cutânea emprega o nitrogênio líquido. O nitrogênio líquido a -196°C provoca o congelamento das lesões cutâneas e reduz sua temperatura para muito abaixo de zero, alteração que leva à destruição do tecido doente. Em geral, a aplicação é feita de duas formas: por meio de um spray que borrifa um jato de nitrogênio líquido diretamente na lesão, ou por meio do congelamento de ponteiras encostadas no local a ser tratado.
A criocirurgia é utilizada no campo dermatológico desde 1851, quando James Arnoldt apresentou o primeiro equipamento de criocirurgia. O primeiro criógeno a ser utilizado em Dermatologia foi o gás carbônico, que chegava a temperatura de -79°C, mas era limitado para o tratamento de lesões bem superficiais. Durante a Segunda Guerra, conseguiu-se produzir o nitrogênio líquido a -196°C, com uso praticamente sem riscos. Na década de 1960 iniciou-se a construção dos primeiros aparelhos que aplicavam o nitrogênio líquido que oferecia boa penetração do congelamento na pele, com possibilidade de ser utilizado no tratamento de tumores cutâneos e com boa eficácia nos casos indicados. Hoje, utiliza-se essa substância para congelar e destruir algumas lesões cutâneas.
A criocirurgia é uma das opções terapêuticas adequadas para tratar tumores cutâneos benignos, pré-malignos ou malignos, lesões cutâneas pequenas, médias ou grandes, manchas na pele, remoção de verrugas, molusco contagioso, queratose seborreica, hemangioma, queratose actínica, Doença de Bowen (placa avermelhada escamosa ou crostosa, não elevada e progressiva) e carcinoma basocelular.
Autor: Dr. Daniel Lorenzini – Dermatologista SBD-RS
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