Técnicas cirúrgicas são, historicamente, a primeira opção de tratamento para corrigir a flacidez e a pele redundante causadas pelo envelhecimento. Apesar de permanecerem como melhor opção em alguns casos, atualmente tem se buscado cada vez mais técnicas menos invasivas, mais naturais e mais seguras.
As ondas de ultrassom são uma tecnologia médica utilizada há muitos anos, principalmente para exames de diagnóstico em imagem, por exemplo. Desde 2009, esse tipo de tecnologia é aprovado nos EUA para procedimentos estéticos como elevação de pálpebra e lifting facial.
Como funcionam?
As ondas de ultrassom de alta intensidade geram um calor térmico controlado em pontos focais da derme (camada da pele onde temos o colágeno, ácido hialurônico, entre outras substâncias) com duração de pulso, frequência e energia milimetricamente ajustadas para criar zonas de coagulação em profundidades específicas. Atinge uma temperatura de 75,4 graus Celsius, causando coagulação de tecidos, ativando o sistema imunológico local e estimulando o processo de cicatrização e reparação tecidual, induzindo a formação de colágeno.
O que ocorre mais especificadamente é que o calor desnatura o colágeno velho, mais frouxo, quebrando ligações de hidrogênio. Essa ação deixa as fibrilas de colágeno mais espessas e curtas, com maior força tênsil, conferindo uma menor flacidez da pele. Além disso, normaliza a
relação colágeno tipo I e colágeno tipo III, o que é importante para sentir a pele mais “durinha”.
Por ser uma tecnologia que atua na derme mais profunda, atinge também o Sistema Músculo Aponeurótico, chamado SMAS. Esse SMAS é composto de colágeno e fibras elásticas, ligando os músculos da face com o tecido da pele (a derme). É um alvo interessante devido a suas
propriedades de viscoelasticidade, deixando aquele aspecto de pele mais “grudada”, menos elástica. Ou seja, existem três pilares principais de tratamento: formação de novo colágeno (ou neocolagênese), ancoragem muscular e tratamento da gordura localizada.
Assim como qualquer procedimento estético, uma boa avaliação médica é extremamente necessária. Uma das principais vantagens deste procedimento são os baixíssimos efeitos colaterais. É um procedimento seguro na maioria dos casos, sendo que o paciente pode retornar às suas atividades habituais já no dia seguinte.
Autor(a): Dra. Valéria Rossato |CRM 42031
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