No início da década de 90 aumentaram muito as experiências em teledermatologia, aproximando as pessoas dos dermatologistas. Inicialmente, o uso da teledermatologia foi maior entre profissionais de saúde, quando médicos generalistas nos postos de saúde solicitavam consultorias para colegas especialistas em pele. Em vários países como Estados Unidos e Inglaterra, a consulta remota diretamente entre pacientes e seus médicos já é muito realizada, sendo as telecomunicações consideradas ferramentas úteis na dermatologia. No Brasil, a consulta remota ganhou popularidade durante a pandemia de Coronavírus.
A consulta remota é a assistência mediada por tecnologias, em que o profissional e o paciente não estão no mesmo espaço físico, abrangendo as mesmas características e responsabilidades do atendimento presencial. Na dermatologia, algumas condições são hoje em dia muito bem avaliadas de forma remota, como: acne, psoríase, alergias, rosácea e alguns sinais.
O paciente conversa com o dermatologista e envia fotografias das áreas acometidas de perto, para mostrar detalhes, e mais afastadas para mostrar toda a lesão e sua localização. A iluminação, o ângulo e o foco são importantes para que se caracterize a presença de relevo, de escamas, de secreções, e para a definição das bordas e identificação das cores das lesões. Caso o dermatologista conclua que há necessidade de avaliação presencial, ele irá informar ao paciente e combinar onde e quando a consulta presencial será realizada.
Atualmente, os principais limitantes da teledermatologia são em casos de múltiplos sinais ou suspeita de câncer de pele com necessidade de exames como dermatoscopia ou biópsia, que são realizados presencialmente, e quando há queixas de lesões em áreas cobertas por cabelos por exemplo.
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Autor(a):Dra. Manuela Martins Costa | CRM 37897
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