Os nevos melanocíticos, popularmente conhecidos como pintas ou sinais, são lesões benignas muito frequentes na população em geral, especialmente na de pele clara. A maioria deles surge na infância ou até o início da idade adulta, e são decorrentes de uma associação entre fatores genéticos e exposição solar. A importância dessas lesões reside no fato de que pessoas com uma quantidade grande de nevos no corpo (especialmente mais de 100), com nevos atípicos (grandes ou irregulares tanto na forma quanto na coloração) ou displasia no exame anatomopatológico (nevos displásicos), possuem um risco aumentado de desenvolvimento de melanoma, o câncer de pele mais grave e potencialmente fatal.
Aproximadamente 30% dos melanomas se desenvolve a partir de um nevo preexistente. Nesses casos, um sinal antigo apresenta alguma modificação, como crescimento ou alteração de coloração. Na maioria dos casos, no entanto, o melanoma surge como um sinal novo, na pele normal, mais frequentemente em pessoas com vários outros sinais. Sendo assim, o melanoma inicial pode ser muito difícil de ser diferenciado dos outros nevos de um mesmo paciente, já que na sua fase precoce é pequeno e frequentemente não apresenta os critérios do “ABCDE” (Assimetria, Bordas irregulares, Coloração enegrecida ou múltiplas cores, Diâmetro maior de 6mm e Evolução – modificação ao longo do tempo).
Os nevos melanocíticos e lesões suspeitas de melanoma são melhor avaliados pela dermatoscopia, um exame não invasivo realizado por médicos dermatologistas, que permite a avaliação de estruturas não visíveis a olho nu. Assim, é possível reconhecer um melanoma ainda sem critérios clínicos de malignidade, com altas taxas de cura apenas com o tratamento cirúrgico e evitar biópsias desnecessárias de lesões benignas
Para que isso seja possível é muito importante que pessoas com muitos sinais e/ou sinais irregulares consultem regularmente um médico dermatologista!
Autora: Dra. Louise Lovatto
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