As infecções bacterianas da pele são muito frequentes. Qualquer lesão da pele pode se tornar infectada por bactérias: áreas de traumatismos, feridas operatórias, doenças inflamatórias como as dermatites e a psoríase, tumores ulcerados, e mesmo outras doenças infecciosas como herpes e “sarna”. Entretanto as infecções bacterianas podem surgir também em áreas de pele aparentemente normal. Qualquer local do corpo pode ser afetado.
As manifestações variam muito, desde alterações superficiais, que provocam apenas coceira, até infecções invasivas graves, que podem evoluir para infecção disseminada e até matar.
O impetigo é um exemplo de infecção superficial. É caracterizado por bolhas que logo se rompem e crostas (“casquinhas”) amareladas. Dependendo da extensão, o impetigo pode ser tratado com pomadas de antibiótico, prescritas pelo médico. É importante a limpeza e remoção das crostas.
As foliculites superficiais são extremamente comuns. Manifestam-se por pústulas (“bolinhas” de pus) com o pelo no centro. O uso de roupas justas, de tecido sintético, e a prática da depilação são fatores predisponentes para essa infecção do folículo piloso.
A erisipela e celulite bacteriana são exemplos de infecção das camadas mais profundas da pele. O local infectado geralmente está vermelho, quente, inchado e muito doloroso. Nesses casos é comum haver febre e calafrios. Devem ser tratadas com antibiótico sistêmico, por isso pessoas com esses sintomas devem procurar assistência médica imediata. Em alguns casos pode ser necessária hospitalização.
A nossa pele normal tem mecanismos próprios para se defender da invasão de bactérias. A camada córnea, a mais externa da pele, forma um escudo natural. O pH da superfície cutânea, normalmente baixo, e substâncias presentes no suor diminuem a multiplicação bacteriana. Além disso, as bactérias “do bem” que vivem na superfície da nossa pele ajudam a atrapalhar a proliferação das bactérias que causam doença.
É essencial manter uma boa higiene, mas ao mesmo tempo é importante evitar banhos excessivos, que ressecam a pele e alteram o pH, diminuindo nossas defesas naturais. Também é importante evitar a automedicação com antibióticos. Além do uso abusivo gerar resistência bacteriana, os antibióticos em pomada podem induzir dermatite alérgica de contato. Na dúvida consulte seu dermatologista!
Autor: Dr.Giancarlo Rezende Bessa, dermatologista associado da SBD-RS
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