O linfoma é uma neoplasia que se origina nos linfócitos T ou B (células de defesa do organismo pertencentes ao grupo dos glóbulos brancos). É mais conhecido por ser um câncer com origem nos gânglios linfáticos, porém pode acometer a pele inicialmente e, neste caso, é chamado de linfoma cutâneo primário. Este é um câncer de pele pouco conhecido e pouco divulgado, por ser mais raro que outras neoplasias cutâneas. Atinge em média 1 em cada 100.000 habitantes. Acomete pacientes de ambos os sexos e de qualquer idade, embora seja mais frequente após os 60 anos.
Existem diversos subtipos de linfomas cutâneos com diversas apresentações clínicas. O mais comum deles chama-se micose fungoide e pode imitar diversas outras doenças de pele, como alergias de contato, alergias a medicamentos e psoríase, entre outras, já que normalmente se apresenta com placas avermelhadas e descamativas com coceira associada. Outros tipos de linfomas podem se apresentar com placas ou nódulos, de diferentes colorações, únicos ou múltiplos.
O diagnóstico muitas vezes pode demorar anos e a descoberta precoce pode diminuir a mortalidade e proporcionar uma melhor qualidade de vida para o paciente, por isso é fundamental que estes pacientes sejam avaliados por um médico dermatologista. O diagnóstico é realizado através de uma ou mais biópsias da pele e outros exames mais específicos que serão solicitados pelo dermatologista, quando necessários.
O prognóstico varia bastante de acordo com o subtipo do linfoma. No caso da micose fungoide, em média, 85% dos pacientes estarão vivos em 5 anos e este percentual pode ser maior com a o diagnóstico precoce da doença. Porém outros subtipos de linfomas cutâneos podem ter o prognóstico mais reservado. O tratamento pode ser realizado com medicamentos tópicos (cremes e pomadas), fototerapia (radiação ultravioleta), radioterapia, cirurgia, medicações sistêmicas, entre outros, de acordo com a avaliação do médico especialista.
Autor: Dra. Lisia Martins Nudelmann, dermatologista associada da SBD-RS
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