PALAVRA DO DERMATO – Estado emocional e a pele

A pele é uma interface entre os indivíduos e o meio ambiente, desde a manutenção da temperatura corporal, proteção contra traumas (físicos, químicos, etc.) e infecções, sendo órgão primordial na vida de relação. Além de ser nosso maior órgão, permite identificar problemas internos.

As doenças de pele podem ser influenciadas pelo estado emocional de diversas maneiras, e, embora não tenhamos todas as informações sobre como isto ocorre, sabemos que o estado emocional pode afetar negativamente a imunidade dos indivíduos, podendo assim contribuir para o desencadeamento de doenças.

Esta influência emocional sobre os transtornos de pele pode se manifestar agravando uma dermatose já existente, ou sendo a primeira manifestação da doença. Eventos maiores como perda familiar, perda de emprego, separação, entre outros, são desencadeantes conhecidos de várias doenças, não somente de pele. Além disso, situações adversas do cotidiano também são comuns agravantes de muitas doenças de pele. O herpes simples, a dermatite seborreica, a psoríase são os exemplos mais comuns no quesito “estado emocional e pele”, porém estão muito distantes de serem os únicos.

A percepção do nosso funcionamento corporal, como a percepção da respiração, da digestão, da salivação, da audição ou da nossa autoimagem pode estar eventualmente alterada, trazendo sintomas, nos quais a pele frequentemente está envolvida.

O prurido (coceira) é o sintoma predominante nas doenças de pele. O conceito de prurido central (com origem no sistema nervoso central) tem obtido suporte e gerado novos conceitos. Muitas das afecções de pele iniciam com prurido, sendo este um alerta importante para o clínico, para uma possível influência ou causa emocional.

A ansiedade provavelmente seja um dos maiores determinantes do prurido quando abordamos o aspecto emocional. É sintoma comum e que por vezes se observa já na infância, e que aflora com facilidade por exigências e cobranças que nos são impostas, tanto familiares quanto sociais. Este sintoma é frequentemente encontrado em consultórios ou ambulatórios (quer sejam públicos ou privados), no atendimento dermatológico.

Algumas publicações científicas têm demonstrado que o prurido pode ser suprimido com atividades laborais. Este fato é facilmente comprovado na prática dermatológica diária. Esta informação é obtida dos pacientes em seus relatos espontâneos, ou quando questionados sobre o tema. Estes elementos fortalecem a hipótese de influência emocional sobre o prurido, causando óbvia interferência sobre diversas dermatoses. Procure um dermatologista para auxiliar na identificação dessas doenças.

Autor: Dr. Paulo Ricardo Martins Souza – Dermatologista SBD-RS

A SBD-RS não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos apresentados na Palavra do Dermato. O artigo apresentado acima é de total responsabilidade do autor.

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